10 de dezembro de 2012

Pra Fazer Minha Noite

This kind of feeling, man, once it grows up inside of your veins, it never fades away.

E tentando entender o amor, a gente percebe que amor não se entende. Deixe o rio correr, porque uma hora ou outra ele chega ao mar.




8 de dezembro de 2012

It Goes By

O perdão é, por vezes, o único modo de seguir em frente. O tempo sempre dá um jeito de escrever as linhas finais.

There's no way to let an unfinished story go. 


20 de agosto de 2012

Wrong Angles

   Na velha estrada abandonada pelo tempo, surgia ao longe um paupérrimo corpo de criança não menos arruinado do que as árvores que cercavam aquele caminho. O cabelo negro bagunçado denunciava o desespero, os olhos distantes não conseguiam esconder a solidão. Corria, corria, pequenas pernas tentando se livrar de pedras pontiagudas que não cansavam de ferir. Chegara a hora de fugir de onde um dia vivera, lugar distante demais para ser encontrado. Não havia luzes para espantar a escuridão, só lhe restava jogar-se na direção do desconhecido. Esquecer, apagar os gostos e cheiros da vida que tentava deixar para trás. Era disso que precisava, e era justamente essa a pedra que perfurava mais do que o limite da dor poderia suportar. Entretanto, era ainda uma criança, criatura de fé inabalável. Enquanto as lágrimas corriam pelo rosto, restava naquela pobre alma a esperança de que, a qualquer momento, seu salvador surgiria das ruínas do conto de fadas despedaçado e a salvaria. Mas o relógio, impiedoso, avisava que a meia noite havia chegado. O mundo construído para esconder uma vida desmantelada chegara ao fim antes do final feliz. Os lobos estão sempre à espreita e não hesitam em, com um singelo suspiro, mandar tudo pelos ares. Não há heróis em meio a escombros. Vá, pequena, arregace as mangas e cave um buraco bem fundo. Parapa parapa para. Era esse o som que tomava para si a infinidade daquele momento enquanto ela, desalentada, batia as mãos para livrar-se da terra vinda da cova onde enterrou seu castelo. Parapa parapa para. 

   Miniconto inspirado em Brick By Boring Brick, música da banda norte-americana Paramore.


15 de agosto de 2012

Getting Started


   Nada melhor do que iniciar um blog explicando os motivos pelos quais ele foi criado. E nada mais fácil também. Primeiramente, não tenho um motivo muito convincente para justificar a inauguração desse lugar. Ainda assim, insisto em tentar explicar a razão de abarrotar o espaço virtual com mais um endereço que dificilmente estará nos favoritos de qualquer usuário. Gosto de palavras, sempre gostei. Regozijo-me com fotografia, música, arte. Tudo aquilo que se faz sentir, que faz de mim um ser mais humano em meio a tanta massa inerte, indolor, indiferente. A ideia de criar um blog para publicar os frutos dessas minhas paixões sempre me atraiu. Por que só criei um agora? Não sei. Aviso logo que constância é uma palavra rara em meu vocabulário, funciono em um ritmo próprio e incomum. Publicarei quando me sentir confortável para isso, não farei desse lugar uma obrigação. Serei sincero, e a sinceridade nem sempre é conveniente. O hábito de ser simplesmente conveniente, aliás, me assusta. Por fim, não farei desse lugar um depósito das minhas aflições. Afinal, a maioria do que passa pela mente de pessoas ordinárias como a que sou não merece qualquer tipo de atenção ou repercussão pública. Devidamente justificado e apresentado, me sinto livre para compartilhar no desconformidade alguns fragmentos do que sou. Possíveis leitores, sintam-se à vontade. Eu já estou.